Promotora acredita na condenação de trio de canibais

O caso do homem e das duas mulheres acusados de matar, esquartejar e esconder os corpos de três mulheres teve a primeira audiência no Tribunal de Júri de Olinda, no Grande Recife, na tarde desta quinta-feira (25), com a ouvida de seis testemunhas sobre a morte de Jéssica Camila da Silva, em Olinda. Apesar de a data do julgamento ainda não estar marcada, a promotora Eriane Gaia Alencar afirmou nesta quinta que acredita na condenação dos três.

Jorge Negromonte, 50 anos, Isabel Cristina, 51, e Bruna Cristina de Oliveira, 25, se julgados, podem pegar pena de 24 a 26 anos de reclusão, já considerando o fato de serem réus primários. Os crimes pelos quais são acusados são homicídio quadruplamente qualificado (por motivo fútil, emprego de crueldade, impossibilidade de defesa da vítima e assegurar impunidade ao esconder os corpos), além de ocultação de cadáver e por esquartejar os corpos.

As vítimas que tiveram os corpos encontrados em Garanhuns, no Agreste pernambucano, foram Giselly Helena da Silva, conhecida como “Geisa dos Panfletos”, e Alexandra da Silva Falcão. Os restos mortais de Jéssica Camila da Silva foram encontrados na casa onde o trio morou em Rio Doce, Olinda. A filha de Jéssica, Tainá Vitória, foi criada como se fosse deles, com o nome de Emanuele. Jorge, Isabel e Bruna assumiram em depoimento ter comido a carne das três e ter feito ela comer a carne da mãe quando ainda tinha pouco mais de 1 ano.

Embora a promotora acredite na condenação, ainda existe a possibilidade de os três não serem julgados. A defesa, representada pelo advogado Ranieri Aquino, pediu a realização de um exame para detectar possíveis problemas psicológicos em Jorge Negromonte. Não existe um prazo para o diagnóstico, mas estima-se que seja divulgado em aproximadamente 45 dias. Se for confirmado o problema psicológico, Jorge poderá apenas cumprir medida de segurança, sem ser julgado. Exames devem ser requeridos também para Isabel e Bruna pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

O advogado de Isabel, Paulo Sales, afirma que ela está consciente de todos os crimes. No entanto, tenta convencer a Justiça de que ela teve participação mínima nos assassinatos, além de não ter intenção de matar as mulheres. "Vamos tentar excluir o dolo dos crimes. Isabel participou por causa da dependência que tinha do marido", explicou o advogado, que acredita que ela não esquartejou as vítimas. Foi a mulher de Jorge Negromonte, porém, quem confessou rechear lanches (coxinhas, empadas e pastéis) com a carne das vítimas e vender em Garanhuns.

AUDIÊNCIA - A juíza de Olinda Maria Segunda Gomes afirmou que audiências como a desta quinta-feira servem para ouvir as testemunhas antes do julgamento. Foram emitidas intimações para 11 pessoas, das quais 9 foram localizadas.

Seis foram ouvidas, das quais dois eram irmãos mais velhos de Jorge, Emanuel e Irineu Negromonte. As outras eram a proprietária da casa onde Jéssica Camila provavelmente foi morta, em Rio Doce, Maria Conceição de Lins, e vizinhos da casa. Duas testemunhas foram dispensadas e uma, de acordo com a promotora, de grande importância, faltou à audiência. Outra ouvida deve ser marcada para essas pessoas. Depois, segundo a juíza, vem o interrogatório dos réus.
FONTE:ne 10

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